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Foto do escritorAlmanaque de Canela

1990 a 1999

Atualizado: 5 de ago. de 2024

Década de 90 – Todos apostam no Turismo e no Meio Ambiente

 

1990

Finalmente uma boa estrada para chegar ao Caracol

O Governador Sinval Guazelli inaugurou o asfaltamento da estrada do Caracol.



Dois grupos criados por canelenses faziam sucesso durante as comemorações de fim de anos alegrando as ruas da cidade: o Grupo Musical Ka&Lá e o Terno de Reis da Família Seibt.


1991

Um Mundo Movido a Vapor

Os filhos de Ernesto Urbani Omar, Benito e Hermes, criados dentro das oficinas do pai e apaixonados pelas máquinas a vapor, passaram a criar, artesanalmente, réplicas, imitando o processo industrial completo. A olaria, serraria, pedreira, siderúrgica, fábrica de papel e até o trem com seu trajeto. São máquinas com proporções exatas, detalhes perfeitos e apresentando todos os movimentos, com funcionamento mecânico completo, tal como as máquinas de tamanho original. Essa réplica de um mundo de verdade do século passado merecia ser vista para que as novas gerações do mundo digital compreendessem como o velho mundo funcionava, e assim, foi criado pela família em 1991, o primeiro parque temático de Canela: o Mundo a Vapor.













A fachada do Mundo a Vapor reproduz, através de uma réplica, a famosa cena de um acidente ferroviário registrado em Paris em 1895 quando uma locomotiva desgovernada entrou na estação de Montparnasse sem freios, atravessando a parede e caindo de uma altura de 12 metros, permanecendo pendurada por um de seus 12 vagões.

O Parque Temático é uma homenagem ao trem e tudo o que ele representou para a Serra Gaúcha, uma ideia pioneira, uma viagem no tempo, inspirada na temática das locomóveis e suas aplicações desde a Revolução Industrial.  Uma ideia que nasceu dentro de uma oficina mecânica familiar que ainda hoje é motivo de orgulho da família Urbani e de Canela.  Uma oficina e seus artesãos do metal, os mesmos dons artesanais herdados dos antepassados que ficaram na Itália e que se transformaram numa das principais atrações turísticas da cidade.


1992

O Movimento Ecológico

Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, representantes de cento e setenta e oito países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Os encontros ocorreram no Rio de Janeiro durante a ECO 92. A presença maciça de Chefes de Estado demonstrou a importância atribuída à questão ambiental no início da década de 1990. Já as organizações não governamentais fizeram um encontro paralelo no Aterro do Flamengo, chamado o Fórum Global. Esse evento paralelo teve como resultado a aprovação da  Carta da Terra. 

 

III Congresso Holístico Brasileiro e I Congresso Holístico Pan-americano

Em Canela, entre os dias 14 a 19 de setembro, aconteceu o III Congresso Holístico Brasileiro e o I Congresso Holístico Pan-Americano. Com o propósito de incentivar a cooperação científica nacional e pan-americana, indicando novas direções para a sociedade, congregou cerca de oitocentos participantes da América Latina, no Hotel Laje de Pedra, em torno do tema A Nova Aliança para o Terceiro Milênio. Paralelamente foi promovido o I Encontro de Crianças e Jovens quando 350 crianças e jovens de Canela e do Estado discutiram o tema Um Olhar para o Futuro.

Com o foco no despertar de um novo ser humano, conferências magnas, simpósios, práticas, mesas redondas, palestras, vivências e celebrações holísticas compuseram o encontro, cujas conclusões foram sintetizadas numa belíssima Carta de Canela que pode ser lida no site www.caminhosdalageana/ondetudocomeçou e cujo parágrafo final está reproduzido aqui, pois apesar de ter sido escrito há 30 anos, a necessidade de sua leitura nunca esteve tão atual.

 

Carta de Canela, setembro de 1992, trecho final

(...) “Como um signo de um novo tempo, onde a promessa da semente cede espaço à fragrância do fruto; como emblema de uma contagiosa solidariedade onde o sonho de plenitude, sabedoria e justiça se converte em mãos dadas e vontades amigas, surge um canto de amizade com a natureza, um hino de convivência com a criatura humana em transe traumático de evolução e um compromisso consciente para a criação coletiva da sociedade futura. Sem necessidade de heróis nem monopólio da verdade, uma dança transparente de invenção onde o amor é a mãe de todas as transformações.”

 

Cinco Países em Canela

Canela sediou em fevereiro de 92 o encontro dos 5 países do Cone Sul: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai. O palco do evento foi o Hotel Laje de Pedra, que com sua localização privilegiada ofereceu a segurança e o espaço necessários para receber os representantes das nações para a assinatura do Tratado do Mercosul. Estiveram presente Fernando Collor de Melo (Brasil), Carlos Menem (Argentina), André Rodriguez (Paraguai), Alberto Lacalle (Uruguai) e o Ministro de Relações Exteriores Chileno, Enrique Silva Cimma.


O Monumento da Integração

Criado pelo escultor Carlos Tenius, marca a reunião dos presidentes que integram os países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), com vistas à conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Canela, fevereiro de 1992. Localizado no entroncamento das estradas RS 235, Canela a Gramado, e a RS 466, Canela ao Caracol, bem na entrada da cidade.



Turismo se consolida 

É criada em 1992, a ACIC-Turismo e a Central de Reservas. Os novos projetos são responsáveis, respectivamente, pelas campanhas de inverno de 92 e 93 e pelo acesso rápido do público ao serviço de reservas de hotéis do telefone (54) 282-2200. Ainda em 1992 a ACIC firma convênio com o Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE). No ano seguinte é a vez do contrato com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), resgatando o serviço de oferta de emprego ao trabalhador. Em 1993, a associação expande suas relações com a assinatura do terno de irmandade entre Canela e Bombinhas, em Santa Catarina, visando o conhecimento das potencialidades turísticas de cada lugar com viagens para visitação mútua para estabelecer intercâmbio.


Vitor Hugo Travi e sua missão com a natureza

A vinda da família Travi para Canela se deu através do meu avô Basílio Travi, na época um madeireiro que explorava os pinhais nativos que eram abundantes na região. Isto foi na década de 1920 e ele acabou fixando residência na então incipiente cidade, após explorar a região e as suas riquezas. Aqui, juntamente com minha avó Luiza, tiveram e criaram seus seis filhos e cinco filhas, sempre atrelado às atividades ligadas a extração da araucária e seu beneficiamento. Basílio Travi faleceu de forma precoce, em 1946, aos 60 anos.

Meu pai, Fortunato Travi, era madeireiro e comerciante e casou-se com minha mãe Lourdes Urbani Travi, filha do meu avô Ernesto Urbani e minha vó Otília, que tinha uma oficina de conserto de locomóveis. Eu nasci em 1951 e com 16 anos fui, com toda a família, para Porto Alegre onde meu pai abriu uma madeireira onde vendia, além de tábuas de araucária, outros materiais de construção. Estudei na PUC-RS e me formei em Biologia e na UFRGS me tornei Mestre em Ecologia. Um dia tomei uma decisão arrojada: retornei para Canela em 1989 por sentir que necessitava da minha terra natal, queria viver e trabalhar aqui e devolver a ela, na forma de trabalho educativo e de conscientização, o que tanto lhe fora tirado pelos meus ancestrais. Assim larguei um bom emprego de professor de Biologia na PUC e vim com minha família – esposa, na época, e nossos dois filhos que aqui cresceram, frequentaram escolas locais e se formaram em Veterinária – minha filha Bruna, e em Biologia, meu filho João Pedro. Vim abrir mercado de trabalho aqui e comecei fazendo o que mais gosto e sei: levar pessoas interessadas a lugares de grande beleza natural e interpretar a natureza que se apresentava. Criei assim os Passeios Ecológicos onde eu orientava grupos na região dos Aparados da Serra e falava sobre as belezas raras e ainda preservadas da natureza do local, mas o mercado era muito incipiente, restrito e difícil, havendo poucos que davam valor a este tipo de atividade.

O Projeto Loboguará

Seguindo a busca de um trabalho na área, vislumbrei uma possibilidade de desenvolver um projeto ecológico mais permanente no Parque do Caracol e, após gestões, reuniões, apoios políticos e ajustes, nasceu o Projeto Loboguará, dedicado a Educação Ambiental visando oferecer a informação sobre o ambiente natural para os visitantes do Parque, em 1992. Ali criamos o inédito Centro de Intepretação Ambiental na então casa da família Nunes, que ficou pertencendo ao Parque quando ele foi criado. Os visitantes passaram a contar com um local de informação permanente e com profissionais biólogos durante 7 dias por semana, 365 dias do ano onde desfrutavam de informações sobre a fauna, flora, geologia, geografia e história da região. Foram 15 anos dedicados a causa e que elevaram a qualidade da visitação dos turistas e de milhares de estudantes de todo o Estado que para aqui acorriam em busca de cursos orientados oferecidos no Parque. Trilhas autoguiadas com placas de identificação de mais de cinquentas espécies de árvores, mirantes e placas de interpretação da paisagem estavam por todo o Parque durante este período, satisfazendo a curiosidade dos visitantes e aumentado o seu conhecimento sobre nossa natureza, o que resultava sempre num maior respeito pelo elemento natural. Não se preserva o que não se conhece.

Interrompidos os trabalhos no Parque do Caracol, por desinteresse da administração pública da época, o projeto Loboguará seguiu com seu lema de despertar nas crianças e adolescentes o gosto e o respeito pela natureza, atuando em outros parques e municípios da região sendo que até hoje, com quase trinta anos de ações ininterruptas, constitui-se num programa pioneiro no Rio Grande do Sul em termos de ensino prático de Educação Ambiental e Ecologia.


Os descendentes

Atualmente meu filho João Pedro administra o Projeto Loboguará e segue no nosso principal objetivo de conscientização da importância de conhecer e preservar o meio em que vivemos. Minha filha se especializou em fisioterapia de pequenos animais e anda “arrumando” cães e gatos por toda a região. Como neto e filho de madeireiros, por um lado e neto de um mecânico de locomóveis que não deixava as serrarias pararem de cortar araucárias, acredito que meu papel, juntamente com meu filho, de implantar e manter um programa de educação ambiental inédito trabalhando muito nas matas de araucária remanescentes, redimiu um pouco o tanto que fizeram meus tios-avôs. Do lado dos Urbani, o tempo e a rarefação das araucárias fizeram com que mudassem de ramo, e atualmente deixaram um belo legado turístico e educativo chamado Mundo a Vapor, onde as locomóveis em miniatura e em tamanho natural são um dos principais destaques. Não condeno, de forma alguma, meus ancestrais que tanto lutaram para manterem suas famílias numerosas e, como pioneiros, não vislumbraram outra alternativa a não ser explorar a então exuberante e abundante floresta de araucárias, seja com serrarias ou com o apoio logístico para elas.


1993

A Brilho da Serra

A matriarca da família Weber, Arlete Boeira Weber, é a precursora deste empreendimento. Mas antes de iniciar com a sua Agência própria, Arlete já atuava como guia de turismo mantendo o sustendo da família. Com o passar dos anos, o setor do turismo passou a ser mais lucrativo e surgiu a idéia de montar uma agência de turismo em Canela. Em março de 1993, fundou a empresa e como sócio entrou o filho Everson Boeira Weber que, com apenas 18 anos, assumiu junto com a mãe, o compromisso de trabalhar na implantação da Brilho da Serra, e manter a família. No início eram as viagens de compras e excursões ao Paraguai e Santa Catarina. Em 1997, o filho mais novo, Evandro Boeira Weber, também com 18 anos na época, com a saída do irmão para outra empresa, passou a comandar a agência lançando outras novidades como o turismo estudantil, montou novos roteiros para o litoral catarinense e o Beto Carreiro World. Atualmente a brilho da Serra atua na maioria das áreas do turismo, além de dar um atendimento personalizado pela própria família. Em 2003, Everson retornou à Brilho da Serra e a agência ganhou novas instalações, atendimento personalizado e novos produtos.


1994

Fundo de Turismo

ACIC - objetivo: unir os empresários em torno de uma proposta de desenvolvimento e incentivar a qualificação profissional e o turismo, a ACIC criou o Fundo de Turismo pré-requisito para que o município receba as verbas federais previstas no Plano Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT) às cidades com esse potencial. O Fundo, lançado no dia 17 de agosto de 1994, conquistou a adesão dos empresários. Com os recursos arrecadados, a ACIC conseguiu promover novos cursos, investir em folheteria turística e na participação de representantes da entidade em eventos fora do município.




Papai Noel chega por cima

O Sonho de Natal deste ano ficou marcado para sempre como a estreia de Claudio Ramires, adepto do montanhismo, como o Papai Noel que descia da torre da Catedral fazendo rapel em companhia dos gnomos Evandro Schutz e Mauro Garcia.




Uma geração de mulheres começa a fazer história

Pelotão Feminino da Polícia Militar - Pioneiro de Canela e Região das Hortênsias

No dia 03 de agosto de 1993, começava o Curso Feminino da Brigada Militar, em Canela. O sonho dessas 15 moças:  ser policial militar. As pioneiras de Canela e Região das Hortênsias.

Na espera de completar a turma (deveria ter um número de 30 alunas), as aulas começaram com formação intelectual, psicológica, física e técnica. Além de noções de cidadania, relações públicas e história da cidade e região.

Dia 29 de setembro: missa solene de ação de graças.

Dia 30 de setembro de 1994: A formatura.

A turma denominou-se “Turma Maria Quitéria”.

Nosso lema: “Homem e ser estão entregues reciprocamente um ao outro como propriedade, necessitam de um ideal e buscam na simplicidade da vida a realização de seus desejos. Oferecemos à sociedade o nosso valor e a esperança para que o futuro seja digno de harmonia e glória”.

O juramento: “Ao concluir o curso de formação de Soldado da Brigada Militar, assumo o compromisso de cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinada e dedicar-me inteiramente ao serviço policial militar, à preservação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o sacrifício da própria vida”.

Texto de Solange A. Schley de Oliveira

Ex-policial – Canela/RS


1995

Empreendedoras do Turismo

As primas canelenses Adriane Brocker Boeira com 19 anos e Iara Brocker Urbani com 18, resolveram criar uma agência de turismo, inicialmente focada no turismo...... ecológico no Vale da Lageana, propriedade da família próxima a Cascata do Caracol. Promoviam a prática de trekking, de rapel na grande pedra da Lageana, do rafting e da observação da fauna e da flora. O primeiro passo foi organizar uma brigada de voluntários para recolher o lixo da base da cascata, demonstrando sua preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. Para a Brocker, também foi na Lageana onde tudo começou.

 

A primeira sede da Brocker foi um pequeno chalé de madeira na Rua Fernando Ferrari. Totalmente apoiadas por seus pais e pelos pais dos jovens estudantes de Canela e Gramado, a agência começou a operar com o turismo estudantil para várias partes do Brasil e inclusive Bariloche, na Argentina. Um pouco mais tarde, no ano seguinte organizaram a primeira viagem do grupo de Mulheres, uma tradição que se repete anualmente até hoje. E assim a carteira de clientes da região foi aumentando.


1996

Grupo Artístico Ká&lá

O Presidente Fernando Henrique Cardoso ganhou uma serenata a moda antiga quando esteve no Palácio das Hortênsias em Canela. O Grupo Ká&Lá, era formado por 5 casais da cidade: Ivanete e José Élio Lodéa, Ivete e Claudio Delfim, Haidi e Olmiro dos Reis, Regina e Elizeu Dreyer, Rosimari e Assis Lírio.

 


Destaque

Anita Franzen Corrêa é homenageada como Personalidade de Destaque no Turismo do Rio Grande do Sul

 

Esportes de Aventura

O sucesso da ideia de Cláudio Ramirez ao fazer o Papai Noel abrir o Natal descendo de rapel da torre da Catedral, acabou por fomentar os esportes de aventura. Ramirez passou a ministrar um curso de montanhismo do qual participaram o canelense Daniel Jaggi (acostumado a viver nas alturas lavando as paredes da Igreja) e as empresárias Adriane Brocker Boeira e Iara Urbani que junto com outras pessoas integraram a primeira turma do Turismo de Aventura na Lageana, uma verdadeira escola ao ar livre.


1997 

ACIC elege a 1ª presidente mulher - Eleita a 1ª presidente mulher da história da ACIC, Flávia Zanatta de Azevedo.

 

Canela, mulheres e histórias

Como escreveu Albert Einstein “a maturidade começa a manifestar-se quando sentimos que nossa preocupação é maior pelos demais que por nós mesmos.” Canela sempre teve em sua formação pessoas que desbravaram fronteiras e deixaram sua marca na história, seja por imigrantes que vieram atrás dos seus sonhos ou por aqueles que aqui nasceram e povoaram a “ilha perdida no meio dos trópicos” como dizia João Corrêa. E claro, como toda boa história que se preze, as mulheres que por aqui chegaram e lutaram, criaram, bordaram, pintaram marcaram sua época e tiveram sempre uma preocupação pelo senso comum, pela comunidade, mesmo lidando todo o tempo com linhas tênues do próprio “ser mulher”.

Foram tantas mulheres de coragem e persistência que cristalizaram e inspiraram inúmeras outras histórias, tornando-se espelho perante os quais outras mulheres puderam mirar-se, reconhecer-se e projetar-se no futuro que elegi cinco delas, das quais tive o prazer de entrevistar pessoalmente e partilhar experiências com muitos aprendizados:

Das letras datilografas a mãos com inspiração em músicas e paisagens Dona Roma Vaccari escrevia e escreve seus poemas e textos teatrais, uma das primeiras dramaturgas da cidade, também atriz de rádio novela que me ensinou que nas adversidades devemos “olhar para cima não para baixo”. Dona Ana Glenda Brussius Viezzer uma das mulheres com maior envolvimento comunitário seja como professora, diretora, presidente da Fundação Cultural de Canela que sempre lutou para desenvolver a cultura e me ensinou que quando temos um sonho, devemos colocar o melhor salto, a melhor echarpe, o projeto debaixo do braço e sair pedindo apoio elegantemente e com bravura. Já a Dona Erena Leonora Feldmann Thomas, a primeira mulher a ser presidente da Câmara de Vereadores, em meio a lágrimas e sorrisos me disse que jamais comprou voto contra alguém e me aconselhou a nunca trabalhar em lugares que eu não goste. “Se não ama, não fique!”

Em meio um café Dona Nadyr da telefônica, assim era chamada a Nadyr Simões, uma das primeiras mulheres a trabalhar na empresa de telefonia, viu Canela crescer e evoluir e desempenhava sua função com excelência. Me diz entre um gole e outro que escutar as pessoas com amor, é um dom. A simpática Dona Alda Gil Alves, que lembra do apito do trem e as crianças correndo para estação, a frente do Baratilho Canelense, um dos primeiros comércios da década de 50, calmamente afirma: “sou da época que a palavra e assinatura no caderninho valiam ouro.”

Haveriam várias outras para falar e escrever, pois assim como eu, você e outras mulheres, reunimos em nós o tempo passado, o presente e o futuro, o tempo que lateja no tique-taque dos relógios, o tempo que se foi com o último apito do trem e os novos tempos ainda em construção também pelas mãos femininas tecendo histórias crepitando de tão novas e ainda verdes. Elas são o já!

Lisiane Berti



1997

O Sonho de Natal foi retomado e a arrecadação das lâmpadas entre a comunidade atingiu um número inacreditável: oito milhões de lâmpadas foram trazidas pela comunidade fazendo o canelense entender que unido pode ter uma força inabalável.









1998

Rotary Club de Canela

Em 1998 foi admitida a primeira mulher no Rotary Club de Canela Ana Glenda Viezzer, que sete anos após foi eleita a primeira Governadora do Distrito 4670.

O Rotary Club foi fundado em 23 de fevereiro de 1959, e, por ainda ter poucos participantes era o mesmo para Canela e Gramado. Os sócios fundadores moradores de Canela foram: Antonio Adam, Gunther Schlieper, João Carlos Corrêa, João Goulart Meleu, José Batista, Osmildo Oppitz e Rudy Luiz Zanatta. Em 1962 houve o desmembramento de Gramado e em 15 de junho de 1965 a Carta Constitutiva do Rotary Club de Canela foi entregue, passando a ser essa a data oficial de fundação do Clube.

Em 1985 o Rotary International iniciou uma Campanha mundial para acabar com a poliomielite do mundo. Atualmente o Rotary Club de Canela, conta com 31 associados e tem sede própria, na rua Tio Elias, 100 e os associados reúnem-se as segundas feiras.

Através da Fundação Rotária e com verbas advindas de eventos na comunidade o clube tem feito muitos projetos auxiliando APAE, Hospital de Canela, OASIS Santa Ângela, Padre Franco, Casa Lar e outros.

 

Neste ano, um grupo de pessoas da UNIPAZ, Universidade da Paz, vislumbrando o novo milênio que se aproximava, tentou criar em Canela, no espaço das Ruínas do Cassino, a Estação da Luz, que deveria ser o ponto de partida para a conquista de um grande ideal: construir uma sociedade totalmente baseada numa cultura de paz e não violência, onde todos seriam convidados a construir um mundo melhor. O lema era: “Se as guerras nascem no espírito dos homens, é no espírito dos homens que temos que semear os baluartes da paz”. 

 

A Brocker Turismo cresce. Aumenta a demanda e a quantidade de colaboradores para dar conta do recado. Foi preciso achar mais espaço e a agência mudou-se para a Borges de Medeiros, próxima a Catedral de Pedra, “ao lado da Paquita” era como todos identificavam o novo endereço. Muitos jovens canelenses descobriram suas vocações e passaram a se dedicar ao turismo graças ao mercado que crescia a cada ano.

Any e Lara, sócias da Brocker

1999

Canela Premiada

Em 22 de dezembro – no Teatro São Pedro de Porto Alegre Canela ganha o prêmio Top de Marketing da ADVB/RS na categoria Serviços Públicos e Municípios, como reconhecimento pelos resultados alcançados, esforço de uma comunidade união das pessoas e muito trabalho.





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