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A História do Teatro em Canela

Atualizado: 17 de mar.

Por Lisiane Berti


Colocar as pessoas em cena é falar de seu protagonismo a partir dos territórios, de sua autonomia, de sua história. Não há como falar de Canela sem falar do teatro e sua potência visceral que acompanham a história da cidade e que formaram sua identidade. Uma história funde-se na outra. Um personagem vive no outro, cria o outro, respira no outro nos palcos, salas de aula, paróquias, ruas e esquinas.

 

Abrem-se as cortinas da memória cultural da cidade de Canela e temos como personagens principais a Escola, o Teatro e a Comunidade. Um tripé potente que sempre permeou a busca da afirmação sócio cultural vivida por Canela desde os tempos de professores visionários, como Carlos Wortmann e Oscar Selbach, que introduziram o teatro em suas aulas, reuniões de amigos e familiares lá pelo início do século XX. Ensaios de peças no Hotel Feltes ou no Cine Ideal, grupos de teatro que foram convidados a apresentar em cidades vizinhas como o do Seu Valdomiro Ramos junto com Sylvio Hoffman em 1939, ou em 1946 fundado pelo professor Waldemar E. Perotoni e por Horácio dos Santos, dentro do Círculo Operário de Canela, o Centro Teatral Circulista. A finalidade específica eram representações teatrais que oferecessem benefícios culturais à comunidade e arrecadassem fundos para fins beneficentes.


Na década de 60, temos o Colégio Marista Maria Imaculada fomentando o surgimento de grupos de teatro amador, incentivados pelo irmão marista Albino Brunetto, e chegamos a ter em 1962 uma Escola de Teatro fundada pelo ator e médico Esmeraldo Mendes Pereira, a Escola Teatral Juraci Camargo, que durou cinco anos. O Ginásio Nossa Senhora Auxiliadora, o Festival da Criatividade na Escola Cenecista, que deu origem ao Festival de Teatro de Canela em 1987. O teatro sempre como instrumento didático e manifestação complementar ao currículo. A consolidação do Festival de Teatro de Canela, iniciado em 1987, e que durou quase vinte anos formando plateias, aumentando o número de grupos de teatro da cidade, formando atores, iluminadores, produtores, autores, sonoplastas valorizando o movimento comunitário e educacional que deram origem à promoção deste evento, preservando a autenticidade da sua contribuição. Se o teatro é o celeiro do ator, Canela se transformou no celeiro cultural do país com este festival e depois com o Festival Internacional de Teatro de Bonecos, que se mantém firme, apesar das dificuldades, por mais de trinta anos, até hoje.


As inquietações criativas da comunidade de Canela brotaram e deram frutos, fazendo do teatro o pertencimento que precisava para a memória, pluralidade de gente e pensamento. O que começou como uma terapia ou forma de diminuir a evasão escolar, transformou-se em uma referência nacional, até hoje a cidade é lembrada pelo seu extinto Festival de Teatro, muitos profissionais seguiram a vida artística e fizeram dela profissão, e desde o início do século, com professores e artistas que já influenciavam muita gente através do teatro, o senso comunitário sempre foi o mote dessa gente, que vem dando exemplo de como um trabalho realmente integrado pode dar bons resultados formando seres humanos.


Lisiane Berti, canelense, atriz, autora, diretora e professora de teatro



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