“Enquanto nos for permitido trabalhar por este fim, faremos desta terra, um paraíso. Isto tudo para que com minha querida Osmilda, companheira no amor e esperança, tenhamos paz na velhice. É um ideal que nós vivemos e se tiver um aproveitamento material para a nação então ele não foi em vão!”
Quando Curt Mentz e sua esposa Osmilda, ambos descendente de imigrantes alemães, adquiriram em Canela, a enorme extensão de terra que incluía morros, matas, córregos e cachoeiras, em 1945, não se conformaram com a imensidão de áreas desmatadas que havia na região, por conta das serrarias e da fábrica de celulose e pensaram logo em reflorestar. Mas para fazer um reflorestamento industrial que servisse para produzir madeira, celulose, lenha, carvão, breu, vernizes, álcool e outros subprodutos levariam muitos anos até que as árvores crescessem. Decidiram então perseguir um ideal maior e a opção deveria ter um cunho científico para ser aproveitado pelo Estado e pelo País. Acabaram optando por um “Arboreto” – espécie de jardim botânico onde as árvores plantadas são ordenadas cientificamente, documentadas e identificadas com as finalidades de educação e pesquisa.
Era muito bem relacionado politicamente. Foi vereador em Porto Alegre, concorreu à prefeitura de Canela na primeira eleição e pertencia ao Rotary Club Internacional.Isso facilitou o contato com fornecedores no México, Cuba, Índia, Japão, Austrália e companheiros no norte e nordeste do Brasil para fornecer as trocas de sementes não existentes aqui no sul. E assim foi, que em março de 1949, chegava a Canela o primeiro lote de sementes de Paris, espécies da América do Norte, América do Sul em Buenos Aires, espécies da América Central, Oceania, Ásia, e África.
Muitos anos passaram e a casa, em estilo bávaro, construída por Curt e Osmilda para veraneio da família passou a ser habitada de forma permanente primeiro pelo filho Martin e a esposa Aglaé, e agora pelo neto Ricardo Mentz e sua família, verdadeiros guardiões e preservadores desse pedaço de paraíso.
Quando decidiu morar em Canela aos 28 anos de idade Ricardo Campos Mentz passou a atuar nas atividades comerciais, turísticas e culturais da cidade. Uma área de quase nove hectares do arboreto foi transformada no Parque das Sequoias, inaugurado para o turismo em 1° de abril 1992. Foram construídos chalés e criados trilhas e roteiros de trekking, mountain bike e cavalgadas. Foi como representante da Associação Comercial – ACIC Canela- durante a formatação do roteiro turístico Rota Romântica que Ricardo conheceu Cintia Korteque representava a Secretaria de Turismo. O encontro dos dois nessa missão romântica resultou em um feliz casamento, dois filhos Roberto e Rodrigo e um mesmo ideal de amor à natureza e ao turismo.
Encravado em meio à mata nativa de Canela, o Parque das Sequoias é uma das maiores coleções de árvores de todo o mundo, com 140 espécies de árvores, possui exemplares ainda jovens de sequoias e metasequoias – as espécies de árvores mais altas do mundo e a rara ginkgobiloba a espécie viva de árvore mais antiga do planeta.
Curt e Osmilda Mentz plantaram sementes duradouras e raízes fortes, não apenas na terra que reflorestaram, mas também nos seus descendentes e certamente sentiria orgulho de ver a família de seu neto Ricardo, Cintia e seus bisnetos Roberto e Rodrigo, crescendo, vivendo, empreendendo e zelando por esse raro paraíso da natureza.
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